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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A polícia tem que ouvir ou escutar?


O festejado autor Rubem Alves, em um de seus belíssimos textos, nos faz refletir sobre a necessidade de escutar. Isso mesmo, escutar! Neste caso, escutar remete a uma maior atenção ao interlocutor, uma disponibilidade atenta e assim, é diferente de apenas ouvir. Ele diz que, de maneira bem humorada: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.”

Em nossa atividade policial, é imprescindível o exercício da escutatória. E isso não tem nada a ver com a existência das ouvidorias, muito importantes como agências facilitadoras do contato com a comunidade, porém, com ações limitadas por uma série de fatores internos, estruturais e de cultura corporativa.

Na verdade, em muitas ocasiões, quando uma pessoa vem em busca da Polícia Militar, este contato é uma espécie de último recurso, já que as outras tantas agências sociais e de defesa civil, ou não existem ou quando existem, não funcionam, principalmente nos finais de semana.

Assim, é o policial da linha de frente, o comandante de uma guarnição de radiopatrulhamento ou a dupla de policiamento ostensivo, além das centrais de operações, que irão atender e buscar ouvir as necessidades do cidadão, algumas das quais muito além da nossa capacidade operativa. Noutras ocasiões, a necessidade está ligada a situações que requereriam a atuação dos setores da assistência social, conselhos tutelares, atendimento médico etc.

Nesse momento, quando a nossa capacidade cessar, e olharmos para o nosso interlocutor, abatido, ansioso, carente de um encaminhamento, de uma resposta, um auxilio, teremos então duas posições bem diversas a tomar: ou ouvimos e respondemos que nada pode ser feito, pois aquela solicitação não é afeta à Policia Militar, ou, podemos escutar a pessoa, olhar nos olhos, colocar-se no lugar dela, e então, mesmo que não apresentemos nenhuma solução, agindo dessa forma, já teremos satisfeito uma das necessidades do solicitante: ser escutado, ser atendido, ou seja, encontrar alguém que lhe dê atenção.

Talvez, para alguns, essa reflexão pareça muito romântica, pois, como policiais, não temos tempo para escutar ninguém. Creio que é preciso compreender que há uma distinção importante a ser feita. Quando estamos em uma ocorrência envolvendo conflitos com armas, possibilidades de confronto com marginais, certamente a nossa ação deve ser enérgica, dentro do amparo legal. Entretanto, quando a ocorrência tem como protagonista o cidadão carente, desorientado, desassistido das esferas governamentais, que pede licença para entrar na Central de Operações e chama cada policial de “doutor”, esperando, pelo menos, ser escutado, será sensato e equilibrado o atendimento com cortesia, buscando, pelo menos, indicar possibilidades, mostrar-se interessado pelo problema alheio, enfim, escutar!

É provável que os preceitos éticos e morais esculpidos em nossos estatutos, apontem para o necessário exercício da escutatória no trato com o cidadão. Entretanto, essa é uma tomada de decisão que precisa ser alimentada todos os dias e muito além de nossas atividades profissionais. Escutar mais… na atividade policial, na família, na escola… Talvez por isso, nascemos com uma só boca, mas dois ouvidos. Por fim, parafraseando Jesus, “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, e então, já estaremos escutando!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Operação Papai Noel

Polícia militar inicia operação tradicional visando a segurança no período natalino e fim de ano




A Polícia Militar iniciou nesta segunda-feira, 21, em todo o Estado, a Operação Papai Noel, com o objetivo de garantir a segurança da população, especialmente em relação ao movimento comercial, que aumenta muito no período de pagamento de novembro, dezembro e 13º salário. O major Alves, comandante do 6º BPM, sediado em Cruzeiro do Sul, reuniu oficiais, comandantes dos pelotões de Rodrigues Alves e Mâncio Lima e a imprensa para anunciar o início da operação no Vale do Juruá, que será executada através de ações educativas e repressivas.

A operação se desenvolverá em dois períodos: de 21 de novembro a 11 de dezembro e de 12 de dezembro a 2 de janeiro de 2012. Em todo o Estado, na primeira fase serão utilizados mil homens e na segunda, 1.300. No Vale do Juruá serão utilizados na primeira fase 65 homens e na segunda, 90.

Segundo o major Alves, a operação Papai Noel já acontece há 17 anos no Estado, mas neste ano ela vem com novidades e múltiplas operações. Além do reforço policial na área comercial durante o horário comercial, a PM vai executar a operação Madrugada Segura, visando evitar furtos durante a madrugada.

Outras operações: Saturação Descentralizada, feita em locais previamente escolhidos, por serem problemáticos; Operação Stop, em que todas as saídas da cidade são fechadas; e a já tradicional Operação Álcool Zero, para evitar acidentes de trânsito. Paralelamente à operação Álcool Zero, vai ocorrer a Operação Lei Seca, de maneira educativa, em que uma equipe de policiais estará presente nos bares, pedindo às pessoas que realizem exames de bafômetro para saber se têm condições de sair dirigindo sem correr o risco de ser autuado. Além disso, a PM estará com uma viatura patrulhando a Variante e a BR-364. Segundo o major Alves, com a ligação dos vales pela BR-364 e o fim do isolamento, é preciso aumentar o cuidado em relação à circulação de drogas e armas.

Reeducandos

Os reeducandos que estão no regime de progressão de pena, e especialmente aqueles que receberão indulto natalino, serão monitorados por uma equipe da PM para evitar que venham a cometer delitos. “Vamos ver com o Judiciário quantos estarão sendo beneficiados com o indulto natalino e acertar com o setor comercial o horário em que as portas estarão abertas, pois, na segunda fase vamos fazer policiamento a noite”, disse Alves.

Para dar conta do serviço extraordinário com o efetivo disponível, o major explica que os militares estão abrindo mão da segunda folga, pelo qual agradece.

O comandante do pelotão sediado em Mâncio Lima, tenente Eduardo, conta com oito homens sob seu comando. Ele explica que na primeira fase serão disponibilizados dois policiais para o serviço extraordinário no município e na segunda fase quatro, tendo em vista que o movimento comercial aumenta muito no período.

O tenente Valente, comandante do pelotão sediado em Rodrigues Alves, conta que o movimento na cidade proveniente da BR-364 diminuiu muito desde que foi completada a integração com a Ponte e a Variante, embora tenha aumentado o fluxo para a cidade proveniente de Cruzeiro do Sul. No município, segundo informou, a maior preocupação é com embriaguez e uso de arma branca tanto na sede municipal quanto no interior do município.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Juiz vai processar sub comandante da PMAC por crime de desobediência


O clima ficou “pesado”entre o judiciário e o comando da Polícia Militar do Acre. Tudo por causa da atitude do sub comandante da corporação, Ten. Cel. Paulo César, que chegou atrasado ao julgamento de um oficial da tropa, que sentaria hoje no banco dos réus para responder pelo crime de homicídio.
Paulo César foi arrolado como principal testemunha no processo que investiga a morte do presidiário Airton Souza Flor, assassinado a golpes de faca em 7 de junho de 1996. Figura como mandante do crime o Sebastião Mendes da Costa, o Capitão Mendes, que cumpriu anos de prisão por integrar o Esquadrão da Morte.

O julgamento estava marcado para acontecer a partir das 8 horas desta quinta feira,no Tribunal do júri, no Fórum Barão do Rio Branco, mas ausência do coronel, fez com que o juiz Leandro Leri Gross dispensasse as testemunhas e dissolvesse o conselho de sentença. Somente ás 8:40 o sub comandante da PM chegou ao Fórum, quando o julgamento já tinha sido transferido para 16 de dezembro, pro decisão do magistrado.

“Isso é um desprestígio ao judiciário, porque a gente monta toda uma estrutura e isso não é uma atitude de testemunha, muito menos de um policial militar”disse o juiz.

O atraso vai render muita dor de cabeça ao coronel. Leandro Leri Gross determinou abertura de processo administrativo e criminal para apurar os motivos da ausência do oficial, e ainda solicitou ao comando da PMAC, relatório das atividades policiais do sub-comandante, e por fim, também mandou oficiar o governador sobre a atitude do homem que responde pelo sub-comando da Polícia Militar no Acre.

“Quando a gente perde um julgamento pela falta de uma testemunha, a gente perde um dia de trabalho. Isso é uma pena, porque dá um sentimento de impunidade e não é bom’, finalizou o magistrado.

Jairo Barbosa – jbjurua@gmail.com
De Rio Branco para ac24horas.com

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